É muito discutido o papel da maquete física como um instrumento
de representação do projeto
arquitetônico em suas
diversas fases e escalas.
Aliás, no imaginário
coletivo, da maioria
dos estudantes de arquitetura,
me parecer ser esse o único objetivo
da maquete, mostrar o projeto para o professor. O projeto
está definido e a maquete
é realizada.
Em várias situações o aluno
olha a maquete pronta
e comenta: ”puxa vida,
ainda não
está bem!!! Quantos
alunos prestam atenção
as maquetes e analisam suas maquetes,
observando as relações estabelecidas com o terreno através da implantação,
a composição arquitetônica, o arranjo entre volumes, a relação
entre implantação
e lote, entre
área aberta
e construída?
Cada sistema de representação
tem um papel fundamental em cada fase do processo
de projeto. Durante
os estudos preliminares
até a geração
do partido arquitetônico a maquete física é um instrumento potente de visualização,
estudo, e análise
das intenções projetuais. É uma maquete rápida, de estudo, relacionada às escalas
finais de desenvolvimento
do projeto. Normalmente
são utilizadas escalas
1:500 se o projeto será desenvolvido em
1:200 ou 1:250, por
exemplo.
Nessa etapa do processo de projeto o
objetivo é definir
a implantação, o zoneamento funcional e a idéia
volumétrica do projeto.
Essas definições têm uma relação com o programa que
será desenvolvido, com
o lote, a orientação
solar, os fluxos
peatonal e veicular além
das análises do entorno adjacente e dos índices
permitidos. São várias considerações diferenciadas que
são relacionadas e sintetizadas através da forma proposta. Esse acerto entre implantação, forma proposta, dimensão
e forma do lote
é muito importante
para a continuidade do processo
de projeto.
A maquete enquanto
modelo físico
de escala reduzida é uma extensão do desenho,
com a vantagem
da possibilidade de manipulação da terceira dimensão
que é real.
Durante o processo
criativo são
importantes os estudos
por meio
dos modelos de massa
para analisar o conjunto da volumetria e o impacto
de sua implantação
em relação
ao entorno. Esse tipo
de maquete alimenta
a reflexão do arquiteto
e revela-se de grande importância no processo de projeto.
A maquete nesta fase
é útil para testar idéias e assim enriquecer o processo,
interagindo com as demais
linguagens gráficas.
As maquetes físicas
são fundamentais
para treinar a habilidade de mão-olho, sendo um
importante instrumento
para estimular o senso
e a percepção espacial
e tectônica, contribuindo para
o aguçamento do processo criativo
na fase inicial
do projeto.
A maquete física
torna-se um instrumento
de estímulo à criatividade
na formação projetual dos arquitetos e urbanistas,
bem como
contribui para a sistematização e a conscientização
do processo de projeto
através de análises
críticas do estudante.