quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A maquete física como instrumento fundamental no processo de projeto



É muito discutido o papel da maquete física como um instrumento de representação do projeto arquitetônico em suas diversas fases e escalas. Aliás, no imaginário coletivo, da maioria dos estudantes de arquitetura, me parecer ser esse o único objetivo da maquete, mostrar o projeto para o professor. O projeto está definido e a maquete é realizada.



Em várias situações o aluno olha a maquete pronta e comenta: ”puxa vida, ainda não está bem!!! Quantos alunos prestam atenção as maquetes e analisam suas maquetes, observando as relações estabelecidas com o terreno através da implantação, a composição arquitetônica, o arranjo entre volumes, a relação entre implantação e lote, entre área aberta e construída?



Cada sistema de representação tem um papel fundamental em cada fase do processo de projeto. Durante os estudos preliminares até a geração do partido arquitetônico a maquete física é um instrumento potente de visualização, estudo, e análise das intenções projetuais. É uma maquete rápida, de estudo, relacionada às escalas finais de desenvolvimento do projeto. Normalmente são utilizadas escalas 1:500 se o projeto será desenvolvido em 1:200 ou 1:250, por exemplo.



Nessa etapa do processo de projeto o objetivo é definir a implantação, o zoneamento funcional e a idéia volumétrica do projeto. Essas definições têm uma relação com o programa que será desenvolvido, com o lote, a orientação solar, os fluxos peatonal e veicular além das análises do entorno adjacente e dos índices permitidos. São várias considerações diferenciadas que são relacionadas e sintetizadas através da forma proposta. Esse acerto entre implantação, forma proposta, dimensão e forma do lote é muito importante para a continuidade do processo de projeto.



A maquete enquanto modelo físico de escala reduzida é uma extensão do desenho, com a vantagem da possibilidade de manipulação da terceira dimensão que é real. Durante o processo criativo são importantes os estudos por meio dos modelos de massa para analisar o conjunto da volumetria e o impacto de sua implantação em relação ao entorno. Esse tipo de maquete alimenta a reflexão do arquiteto e revela-se de grande importância no processo de projeto.



A maquete nesta fase é útil para testar idéias e assim enriquecer o processo, interagindo com as demais linguagens gráficas. As maquetes físicas são fundamentais para treinar a habilidade de mão-olho, sendo um importante instrumento para estimular o senso e a percepção espacial e tectônica, contribuindo para o aguçamento do processo criativo na fase inicial do projeto.



A maquete física torna-se um instrumento de estímulo à criatividade na formação projetual dos arquitetos e urbanistas, bem como contribui para a sistematização e a conscientização do processo de projeto através de análises críticas do estudante.






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